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Em carta conjunta, candidatos à presidência do PT afirmam que Congresso tenta “sufocar” governo Lula

Documento é assinado por Valter Pomar, Romênio Pereira e Rui Falcão

(Foto: Alessandro Dantas)
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247 - Três dos quatro candidatos à presidência nacional do Partido dos Trabalhadores divulgaram nesta semana uma carta aberta à militância com duras críticas ao Congresso Nacional e um alerta sobre o que classificam como uma ameaça ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). As informações são da CNN Brasil.

No documento, assinado por Valter Pomar (Articulação de Esquerda), Romênio Pereira (Movimento PT) e Rui Falcão (Novo Rumo), os presidenciáveis petistas afirmam que há um esforço articulado, inclusive com apoio de partidos que compõem o governo, para enfraquecer Lula.

“O alerta: a situação política é gravíssima. A maioria do Congresso Nacional, inclusive os partidos de direita com ministros no governo federal, está tentando sufocar o governo Lula”, afirmam.

A carta foi divulgada após o Congresso Nacional aprovar o Projeto de Decreto Legislativo (PDL) que revogou o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) proposto pelo governo, com estimativa de arrecadação de até R$ 10 bilhões em 2025. A proposta foi rejeitada com 383 votos na Câmara e aprovação simbólica no Senado, gerando novo atrito entre os poderes.

“A votação foi a gota d’água de algo que está acontecendo desde o golpe contra a presidenta Dilma, em 2016. Os parlamentares de direita querem governar o Brasil, esvaziando os poderes que o povo delegou ao presidente Lula”, diz o texto.

O único candidato à presidência do partido que não assinou a carta foi Edinho Silva, ex-prefeito de Araraquara (SP) e representante da corrente majoritária Construindo um Novo Brasil, ligada ao ex-presidente Lula.

A Advocacia-Geral da União (AGU) deve entrar com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira (1º) para tentar restaurar a validade do decreto do IOF. No manifesto, os signatários também propõem uma série de medidas para enfrentar o momento político:

  • Mobilização popular contra o arrocho fiscal e os juros do Banco Central;

  • Substituição de ministros cujos partidos se opõem ao governo;

  • Judicialização da revogação do IOF no STF;

  • Revisão de subsídios que beneficiam os mais ricos.

“O povo votou em Lula. O Congresso quer governar no lugar de Lula. Lula quer melhorar a vida dos pobres. A direita no Congresso quer proteger os ricos”, acusam os petistas.

Além de servir como manifesto político, a carta também mira as eleições internas do PT. O primeiro turno da disputa pela presidência do partido será realizado no dia 6 de julho e, caso necessário, o segundo turno ocorrerá em 20 de julho.“No dia 6 de julho, a militância petista precisa votar nas chapas e candidaturas que propõem sair da defensiva e ir para o embate”, conclui o texto.

Esta será a primeira vez, após 12 anos, que o partido volta ao modelo de eleições diretas para suas instâncias. Nas duas últimas disputas, em 2017 e 2019, a então deputada Gleisi Hoffmann foi eleita com apoio direto de Lula. Ela deixou o cargo em março deste ano para assumir a Secretaria de Relações Institucionais do governo. Desde então, o senador Humberto Costa (PE) ocupa interinamente a presidência da sigla.

A disputa atual é considerada uma das mais acirradas da história do partido, com quatro candidatos representando diferentes correntes: Edinho Silva, Valter Pomar, Romênio Pereira e Rui Falcão. 

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