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      Chico Buarque surpreende ao cantar "Cálice" com Gilberto Gil em apresentação histórica no Rio (vídeo)

      Dueto inédito emocionou o público na Marina da Glória e celebrou resistência, meio século após censura da canção no regime militar

      Gilberto Gil e Chico Buarque (Foto: Reprodução/X/@Dhame_Monteiro)
      Guilherme Levorato avatar
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      247 - Em uma noite marcada pela emoção e pelo reencontro simbólico com a história, Chico Buarque fez uma rara aparição no palco ao lado de Gilberto Gil para interpretar “Cálice” no show “Tempo Rei”, realizado neste domingo (1º), na Marina da Glória, no Rio de Janeiro. 

      Segundo a Folha de S. Paulo, Chico foi o convidado especial da noite, em um momento que pegou o público de surpresa. O cantor, que tradicionalmente se apresenta apenas durante suas turnês – geralmente espaçadas por cinco ou seis anos e sempre atreladas ao lançamento de novos álbuns – aceitou o convite para dividir o palco com Gil em um dos duetos mais emblemáticos da música brasileira.

      “Cálice”, composta pelos dois para o festival Phono 73, em São Paulo, tornou-se símbolo da resistência à ditadura militar. Na ocasião original, a canção foi censurada pelo regime, e a dupla subiu ao palco improvisando com palavras desconexas. O episódio ficou marcado pela insistência de Chico em cantar mesmo com os microfones sendo sucessivamente desligados pela censura. “Assim que começaram, o microfone de Chico foi desligado. Irritado, ele buscou outro microfone, que também foi desativado —e assim sucessivamente, até que ele se rendeu, dizendo: ‘vamos ao que pode’, e cantou ‘Baioque’”, relata o livro Chico Buarque, de Wagner Homem.

      Desta vez, cinco décadas depois, a canção foi interpretada na íntegra, com sua letra original, diante de uma plateia emocionada. O público celebrou o momento como um marco simbólico e afetivo. “Estou chorando com esse dueto histórico. É a primeira vez que testemunho os dois cantando ‘Cálice’ juntos”, escreveu a cantora Daniela Mercury nas redes. Preta Gil também registrou: “momento lindo e histórico”.

      Em uma entrevista disponível no projeto de Gil no Google Arts & Culture, Chico relembrou a gênese da canção: “servi uma bebida amarga, um Fernet Branca, e ele começou a dedilhar o violão e a cantarolar toda a primeira parte da canção, música e letra. Fiquei de compor a música da segunda parte, cuja letra dividimos por igual. A canção ficou um bom tempo censurada”.

      A equipe de Gilberto Gil também se manifestou sobre a apresentação histórica: “Gil & Chico, um encontro certamente muito aguardado. Gil sempre soube que o tempo rei lhe daria razão”, publicou o perfil do artista baiano no Instagram, referindo-se ao título da turnê.

      A programação do fim de semana contou ainda com a participação de Djavan no sábado (31), quando ele e Gil dividiram os vocais na canção “Estrela”, composta em 1997. No mesmo dia, estiveram no palco os músicos Liminha, Celso Fonseca, Jorge Gomes e Serginho Chiavazzoli, parceiros de longa data de Gil.

      A turnê “Tempo Rei” continua e, após esgotar quatro apresentações em São Paulo no mês de abril, Gilberto Gil retorna à capital paulista para um novo show no Allianz Parque, no dia 18 de outubro.

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