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Manifestações de apoio a Cristina Fernández de Kirchner prosseguem na Argentina

Condenação da Suprema Corte provoca mobilizações e críticas ao Judiciário

Cristina Fernandez de Kirchner (Foto: AGUSTIN MARCARIAN/REUTERS)
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247 - Manifestações de apoio à ex-presidente argentina Cristina Fernández de Kirchner continuam a se multiplicar em diversas regiões do país, dias após a Suprema Corte confirmar sua condenação a seis anos de prisão e sua inelegibilidade vitalícia. A informação é da agência Prensa Latina, que acompanha a escalada dos protestos organizados sob o lema “Argentina com Cristina”.

A campanha, promovida pelo Partido Justicialista (PJ) com apoio de diversos setores sociais, teve como destaque neste fim de semana atos que se estenderam desde Santiago del Estero, no norte argentino, até Ushuaia, no extremo sul do país. Uma nova e grande mobilização está prevista para a próxima quarta-feira, quando a ex-presidente comparecerá aos tribunais de Comodoro Py.

Segundo Máximo Kirchner, deputado nacional e secretário-geral do PJ na província de Buenos Aires, a mobilização prevista "será histórica, a maior já realizada", e deverá acompanhar Cristina desde os tribunais até sua residência no bairro de Constitución, na capital.

A situação judicial da ex-presidente permanece indefinida quanto à forma de cumprimento da pena. O juiz responsável deve decidir se ela poderá cumprir prisão domiciliar, como solicitado por seu advogado, Carlos Beraldi.

Na noite de domingo (15), dezenas de pessoas se concentraram novamente em frente à casa de Cristina, depois que a polícia desalojou, de maneira violenta, manifestantes que mantinham uma vigília no local. Mesmo após a operação, uma multidão retornou para prestar solidariedade à líder peronista.

O jurista e dirigente social Juan Grabois, à frente do movimento Argentina Humana, repudiou com veemência a ação policial. "Para uma força de segurança publicar uma peça de propaganda política — de baixa qualidade, mas propaganda mesmo assim — com cenas de violência e música de combate sobre a 'residência de Cristina Kirchner' é mais um passo além dos limites democráticos", declarou em sua conta na rede X (antigo Twitter).

Além das manifestações populares, lideranças religiosas realizaram no domingo uma celebração ecumênica diante da residência da ex-presidente, em gesto de apoio e afirmaram que está em curso uma perseguição judicial.

A condenação de Cristina provocou reações duras também dentro do próprio Partido Justicialista. Teresa García, secretária-geral nacional do PJ, questionou duramente o papel dos juízes Horacio Rosatti, Carlos Rosenkrantz e Ricardo Lorenzetti, membros da Suprema Corte.

"Enquanto o destino político da Argentina estiver nas mãos dessas três pessoas, que podem arbitrar como quiserem, sem causa ou justificativa, estaremos em um estado de grave dissolução institucional", afirmou García. E acrescentou: "Internacionalmente, eles estarão observando e perguntando: Qual o valor da Suprema Corte de Justiça deste país?".

As mobilizações em favor de Cristina Fernández evidenciam não apenas a força de seu apoio popular, mas também a gravidade da crise institucional que atravessa o país. Para seus apoiadores, trata-se de uma ofensiva judicial com motivação política contra uma das figuras mais influentes da política argentina nas últimas décadas.

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